Setembro Amarelo: a vida pede escuta e cuidado

Setembro Amarelo nos convida a olhar para uma dimensão delicada e essencial da existência: a preservação da vida e a prevenção do suicídio. Mais do que uma campanha, trata-se de um movimento que nos lembra da necessidade de falar, escutar e ressignificar a dor. A psicanálise nos ensina que o sofrimento humano, muitas vezes silenciado, precisa encontrar palavras para não se transformar em peso insuportável. Falar é criar espaço para simbolizar aquilo que nos atravessa. A partir dessa introdução e desse tema, gostaria de contar com sua atenção meu caro leitor, minha querida leitora, para explorarmos o valor da vida de cada pessoa, em todas as épocas do ano, em todos os dias. Posso contar com você? Que bom, então vamos lá!

Quando a pessoa não se permite falar ou quando não encontra quem a escute, seu mal-estar pode se intensificar e ganhar formas destrutivas. O inconsciente, carregado de desejos, frustrações e conflitos, exige expressão. Ao calar-se, o sujeito se afasta da própria possibilidade de elaborar seus impasses. A fala, em contrapartida, é uma via de libertação: ao nomear, algo da angústia se desloca. A psicanálise também ressalta que cada ser humano é absolutamente singular. Não há dois sujeitos iguais; cada um é tecido por histórias, afetos e experiências únicas. Reconhecer-se como singular é compreender que a comparação com o outro é sempre injusta e nociva. O convite do Setembro Amarelo é perceber que a vida tem sentido não por ser perfeita, mas por ser sua, construída no ritmo do que lhe é próprio.

Amar-se, portanto, não é um gesto de egoísmo, mas um movimento de reconhecimento. Quem se permite amar a si mesmo consegue também abrir espaço para o amor que vem dos outros. É impossível acolher o cuidado alheio quando não se acredita ser digno dele. Nesse sentido, o autoamor é um fundamento para o laço social: só pode amar de verdade quem se permite existir com valor. Setembro Amarelo nos lembra, então, que não há vergonha em pedir ajuda. Pelo contrário, o gesto de abrir-se revela coragem. A vida se fortalece no encontro, na palavra partilhada, na escuta atenta. Ao falar de sua dor, a pessoa reafirma que deseja viver, ainda que precise de apoio para atravessar sua tempestade.

É também essencial reconhecer que o cuidado pessoal vai além das conversas cotidianas: buscar ajuda de profissionais qualificados como psicanalistas, psiquiatras é um ato de responsabilidade consigo mesmo. Esses profissionais oferecem um espaço seguro, de acolhimento e escuta, no qual a dor pode ser elaborada e transformada. Procurar ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim de maturidade e desejo de viver com mais inteireza.

Cada sujeito é uma obra única, que merece ser olhada com respeito. A psicanálise aponta que o inconsciente nunca cessa de desejar, e esse desejo é justamente o motor da vida. Reconhecer-se desejante é acolher sua incompletude e, ao mesmo tempo, sua potência de recomeçar. Setembro Amarelo, com sua cor viva e luminosa, nos recorda que é preciso se amar para viver plenamente e, assim, amar os que nos amam. Fico a disposição para lhe ajudar em um processo de análise pessoal, acesse meu site e lá encontre maiores informações sobre mim e sobre como agendar sua sessão: www.drthiagopontespsicanalista.com.br