O ambiente em que o cão vive e sua relação com o tutor pode afetá-los profundamente, desenvolvendo distúrbios de comportamento permanentes. Os comportamentos compulsivos são muito difíceis de serem tratados, uma vez estabelecidos. Existem várias fontes de estresse na vida dos cães.
Confinamento prolongado que leva à falta de estímulos precisa ser evitado, embora uma rotina saudável precise ser estabelecida. “Se os tutores trabalham fora o dia inteiro e deixam o cão sozinho, ele terá mais dificuldade para desenvolver seu comportamento canino normal”, informa Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News.
Os cães são muito sensíveis a relacionamentos instáveis, mudanças no grupo social e em alterações em sua própria posição social. Conduzir uma relação equilibrada propicia um comportamento tranquilo no animal. Se um cão forma laços tão fortes com seu tutor ao ponto de se sentir inseguro longe dele, acabará desenvolvendo a ansiedade de separação, um distúrbio grave que provoca muito sofrimento, alguns choram desesperadamente.
Animal que convive somente ao lado de seres humanos, afastado totalmente de seus semelhantes, está mais sujeito a manifestar problemas de comportamento. O estresse pode durar por períodos curtos, e uma vez removido, o cão volta a sua rotina normal. Se, por outro lado, a situação se prolongar, os danos podem ser irreversíveis.
“Os cães estressados podem ficar repetindo o mesmo comportamento várias horas por dia, sem parar, mesmo que a causa original do estresse não esteja mais presente. Pode chegar até ao que chamamos desordem compulsiva, conhecida em humanos como TOC, ou Transtorno Obsessivo Compulsivo, onde o cão realiza o comportamento enquanto estiver acordado, só parando ao adormecer. Alguns lambem uma parte do corpo, outros andam em círculos, ou latem no mesmo tom e volume sem parar”, enfatiza Vininha F. Carvalho.